Carta escrita no final do mês de fevereiro, em um breve desabafo, e só agora divulgada:
Hoje milhares de estudantes paraenses misturaram sorrisos e lágrimas de emoção e felicidade. Em outros, as lágrimas eram de tristeza e angustia por mais um ano que não houve a recompensa de tanta dedicação e estudo, pois não fora alcançado o objetivo maior: a aprovação no vestibular.
Mais uma vez uma pequena minoria dos que se lançam em busca de um sonho são selecionados, enquanto que outros terão que abrir mão deste sonho por mais um ano e quem sabe tentar alcança-lo no ano seguinte.
São milhares de jovens no Pará e milhões no Brasil, que querem muito mais do que a oportunidade de se profissionalizar, mas o direito de sonhar em fazer o que gosta ou até mesmo de buscarem alcançar uma melhor qualidade de vida. No entanto são impedidos simplesmente por que o Estado brasileiro é incapaz de oferecer vagas à todos os estudantes. Nunca vi algo tão cruel. Quem não tem condições de pagar uma universidade particular neste país, torna-se refém de um sistema que mais exclui, do que inclui. Sem falar naquelas pessoas que tiveram que depender também das sucateadas escolas públicas para a sua formação no ensino médio, onde em virtude disso disputam entre si as vagas, fazendo assim, excluir os que já estão excluídos, são os chamados cotistas.
Você pode dizer que tudo isso parece não ter sentido para um país que quer crescer economicamente e até mesmo culturalmente, e quem sabe tornar-se um país mais igual socialmente. No entanto eu lhe respondo, lhe perguntando: o que faz sentido no Brasil?
Será que faz sentido um país investir bilhões em uma Copa do Mundo de futebol, enquanto que seus filhos estudam em uma escola sucateada?
Que governo é esse que tenta iludir o seu povo, afirmando que o Brasil está se desenvolvendo, se o país não investe em educação?
E aqui quero colocar um desafio: Qual nação do mundo se desenvolveu e se tornou uma potência, sem ter investido em curto, médio e longo prazo em educação, pesquisas e tecnologia?
Então não acredite em qualquer história que lhe venham lhe contar, onde diz que o Brasil já é um país desenvolvido. Pois o Brasil está longe de ser um país orgulho para nós brasileiros, onde o governo finge que governa e o povo finge que está tudo bem.
O que nós jovens queremos é que o país olhe para a juventude como a esperança de termos grandes cientistas e pesquisadores, para um dia trazer idéias a esta nação. Que o Brasil dê ao menos uma oportunidade igual a todos: a educação.
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