domingo, 24 de março de 2013

Em Manaus, mobilidade urbana não é prioridade para 2014

Obras no Aeroporto de Manaus, Eduardo Gomes

Em 2009, na oportunidade da candidatura da cidade de Manaus, como uma das sedes da Copa do Mundo 2014, o governo do Amazonas, com o então governador Eduardo Braga, prometeu sistemas complexos de transportes que revolucionariam a mobilidade urbana da capital amazonense e que assustavam pelos valores, no entanto acreditavam estar aproveitando a “onda” de investimentos para a Copa. E realmente, o momento é ou era bom, para que as cidades escolhidas arrecadassem fundos para pensar em uma cidade no futuro. Manaus escolheu o monotrilho, que ligaria o Norte ao Centro e que vinha sendo planejado antes mesmo da escolha da cidade, como sede da Copa. Além disso, os amazonenses, assim como Belém, optaram pelo corredor de ônibus (BRT, Bus Rapid Transit), ligando o eixo Leste ao Centro.
Passados quatro anos, simplesmente nada saiu do papel. Problemas no processo licitatório do monotrilho e falhas no projeto do BRT fizeram naufragar as promessas do governo. Em outubro de 2012, o próprio estado do Amazonas jogou a toalha e solicitou ao Ministério das Cidades a retirada das duas obras da Matriz de Responsabilidades, documento que lista os compromissos de cada ente federativo para a Copa de 2014. Juntos, BRT e monotrilho somavam investimentos de quase R$ 1,6 bilhão (R$ 800 milhões só do governo federal). 
Em outubro de 2012, o governador do estado, Omar Aziz, ratificou a exclusão dos projetos, mas minimizou o legado que a Copa geraria através deles. Para o atual governador, o problema de mobilidade em Manaus, se resolve com a decretação de feriado. Foi o que afirmou Omar, recentemente em uma entrevista: “A capacidade do estádio é de 42 mil pessoas e isso cabe facilmente no sambódromo. As pessoas vão, estacionam e não reclamam da mobilidade. No dia da Copa, decreta-se feriado municipal e não haverá problema”.
Correria nas obras, para vexame não ser maior
A decisão acaba com a oportunidade da capital amazonense de resolver graves problemas de mobilidade urbana e que castigam a população de Manaus. A infeliz declaração do governador do Amazonas reflete o descaso em que o assunto “mobilidade” é tratado em maioria das cidades brasileiras. E acentua uma preocupação: a de só herdarmos “elefantes brancos” em nossas cidades e não aproveitarmos para resolver problemas do trânsito e saneamento. 
É certo que até 2014, Manaus não tenha obras de mobilidades prontas. A expectativa é de somente entre 2015 e 2016, o monotrilho e o BRT, possam sair do papel, pois foram reintegrados ao PAC da Mobilidade.
Já o Aeroporto Eduardo Gomes, com 55% das obras prontas, corre contra o tempo, para que a tragédia não seja completa e Manaus não faça feio também nisso.

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