MANIFESTO DA JUVENTUDE DO PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA DO MUNICÍPIO DE BELÉM CONTRA A DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ
A sociedade paraense.
As primeiras propostas de divisão do Pará datam do início do século XIX. Naquele tempo, tentou-se criar a província do Tapajós para evitar conflitos entre as províncias do Amazonas e do Grão-Pará. Desde então, foram apresentadas novas propostas ao longo dos anos que se seguiram, sem nunca conseguir sucesso.
No entanto, após o descobrimento do potencial econômico da Amazônia pelo governo central, principalmente a partir da década de 1960, o ímpeto separatista recrudesceu fortemente. Seja através da atuação de lideranças legítimas e políticos comprometidos com seu povo, seja através de oportunistas que só buscam poder pessoal, o movimento conseguiu ganhar certa notoriedade e apelo popular em algumas regiões do Estado.
Em conseqüência disso, foi introduzida no seio da sociedade paraense a discussão sobre a divisão do Estado. Assim, tendo em vista a aprovação no dia de ontem de um plebiscito sobre a questão, e o necessário aprofundamento do debate, a Juventude do Partido da Social Democracia Brasileira do município de Belém (JPSDB Belém) decidiu manifestar publicamente seu posicionamento contrário à divisão do Estado do Pará.
Neste sentido, a JPSDB Belém entende como legítimos os anseios dos nossos irmãos das regiões do Tapajós e Carajás. Contudo, compreende também que este sentimento de abandono, de ausência do Estado, alegado pelo movimento separatista não é exclusividade dessas regiões, mas da Amazônia como um todo.
Não é só o Tapajós e o Carajás que se ressentem de maior atenção do poder público, mas o Pará, o Amazonas, o Amapá etc. Deve-se ter em mente que o governo federal não tem, historicamente, considerado as aspirações, reconhecido a importância, nem dispensado o tratamento que a região amazônica.
Assim, a JPSDB Belém compreende que, ao invés de dividir o Estado e cada área buscar trilhar seu desenvolvimento sozinha, o Pará deve, sim!, se manter unido e coeso, e buscar o apoio dos outros Estados da região para que se lute pelo desenvolvimento que a Amazônia precisa.
Ainda, cabe argumentar que a divisão do Pará vai separar os diferentes pólos econômicos do Estado. Ora, a luta deve ser travada em sentido contrário: há que se integrar os pólos de desenvolvimento (mineração, pecuária, agricultura etc.) de forma a dinamizar a economia do Estado.
De outra forma, a divisão do Estado carece de estudos mais aprofundados sobre as conseqüências da separação. Afinal, quais serão os custos da divisão do Estado? Quais os impactos econômicos, sociais, financeiros, tributários em cada uma das regiões atingidas? Não se sabe!
Por isso, a JPSDB Belém crê que a divisão do Estado é um salto no escuro, pois não há certeza nenhuma se ela vai realmente constituir-se no vetor de desenvolvimento esperado pelos seus defensores.
Rejeitamos o debate rasteiro que visa tão somente a demonizar os combatentes e a criar a idéia de que há mocinhos e bandidos. Entendemos como legítima o movimento separatista, mas não nos furtaremos de participar do debate, sempre de forma leal e construtiva.
Assim, acreditando que somente a união de todos os paraenses, de nascimento e por adoção, sob a mesma bandeira, é que vamos conseguir o desenvolvimento que o Pará quer e precisa, a JPSDB Belém anuncia que caminhará a favor de um Pará forte, coeso e unido.
Nós, jovens tucanos de Belém, comprometemo-nos, então, a ir a cada casa, a cada lar de nossa cidade e fazer chegar essa mensagem, esse sentimento que há de tomar conta de todos os cidadãos paraenses.
Belém, 06 de maio de 2011.
Emerson Santos da Luz
Presidente da JPSDB-Belém
Presidente da JPSDB-Belém
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