quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Belém mergulha em denúncias em seu aniversário

O ano de 2012 já começa com escândalos em Belém. O que poderia se tornar o início de um grande projeto para o trânsito da capital está se tornando um verdadeiro presente de grego para Belém que completa agora em janeiro 396 anos e não tem nada a comemorar.
Não era de hoje que eu estranhava a pressa e a falta de diálogo na elaboração do “projeto” de ônibus rápido da Prefeitura de Belém. Sempre alertei que qualquer coisa que se pensasse para tentar resolver o trânsito e o transporte público na cidade, teria que ser pensada de forma conjunta com outras duas cidades que compõem a Região Metropolitana de Belém, Ananindeua e Marituba, e ainda haveria de ter um planejamento e estudo aprofundado, pois caso contrário o projeto estaria correndo o sério risco de não corresponder às demandas, o crescimento das cidades envolvidas na RMB e ainda o risco de um grande prejuízo aos cofres públicos, uma vez que seriam recursos mal aplicados e sem a mínima transparência.
Agora, após denuncia do vereador Carlos Augusto Barbosa, alguns pontos obscuros começam a serem esclarecidos e novos fatos a serem levantados, como possíveis irregularidades no projeto e no edital. Entre as irregularidades apontadas estaria o fato do projeto da prefeitura atender apenas as áreas das avenidas Augusto Montenegro e Almirante Barroso, contrariando o Plano de Desenvolvimento Urbano (PDU), e ainda a inclusão de áreas privadas com o desconhecimento dos proprietários sobre possíveis indenizações, e áreas públicas, pertencentes ao Governo do Estado, sem que tenha tido qualquer conversa para uso destas; além disso, é possível perceber que o edital foi lançado sem que houvesse orçamento para garantir que as obras fossem finalizadas e que o mesmo poderia estar de maneira tendenciosa a uma empresa.
Outro ponto que é interessante ser questionado é como a Prefeitura pensa em mexer na Avenida Almirante Barroso, sem antes preparar a cidade para tal, haja vista que, qualquer obra nesta avenida tornaria um caos à cidade, em virtude do enorme fluxo de veículos na mesma, que é o principal corredor de saída da capital.
Pelo jeito, um problema grave da cidade está sendo usado de forma política, visando às eleições de 2012. Se realmente houvesse o interesse de contribuir para a solução do problema, a prefeitura procuraria o Governo do Estado e discutiria o projeto ‘Ação Metrópole’, iniciado no primeiro governo Jatene, com a construção da Avenida Independência. O ‘Ação Metrópole’, diferente da proposta do prefeito da capital, propõe a inclusão das cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, e discute com os prefeitos dessas cidades a elaboração das obras. Além de que, o projeto é fruto de um estudo e planejamento de aproximadamente 20 anos em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e que já estaria com recursos garantidos para sua execução. Com a atitude de se não aceitar discutir conjuntamente e impor seu projeto, a prefeitura de Belém inviabiliza o Ação Metrópole, que também prevê intervenções nos dois corredores da cidade.

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