terça-feira, 11 de setembro de 2012

Patrimônio Histórico se perde diante do descaso

Casarão destruído no Centro de Belém
Esta semana a "Folha de São Paulo" chamou atenção para o abandono do Patrimônio histórico de Belém e o risco que o mesmo corre diante da degradação que está exposta dia após dia, sem que haja uma real intervenção do poder público. 
Pior do que isso, a matéria cita um empecilho: uma dívida que a prefeitura teria com o governo federal, desde outubro de 2010 (gestão Duciomar Costa), que impede que recursos federais sejam aplicados no patrimônio histórico da capital paraense.

Confira a matéria da 'Folha':

Patrimônio histórico de Belém está ameaçado
"Cidade que mistura arquitetura colonial do século 18 com estilo Art Nouveau do ciclo da borracha, no século 19, Belém assiste à degradação de seu patrimônio histórico, com imóveis ameaçados e desgastados pelo tempo.
Há igrejas com paredes descascadas e atacadas por cupins. Na capela da Ordem Terceira de São Francisco e na Igreja do Carmo, pinturas estão perdendo nitidez pela falta de conservação.
Há três anos, a fachada do antigo convento dos jesuítas do século 18 chegou até a desabar.
Segundo o Ministério Público Federal e o Fórum Landi (ligado à Universidade Federal do Pará e que monitora o patrimônio histórico), há diversas construções em risco.
Especialistas dizem que as intervenções no patrimônio têm sido pontuais, sem planejamento de longo prazo entre as esferas de governo.
"Há 25 anos, as cidades históricas entraram em crise, vendo o crescimento de outras capitais, e começaram a investir em rejuvenescimento para atrair turistas. A única que não fez isso foi Belém, ficamos atrasados", diz o arquiteto Flávio Nassar, coordenador do Fórum Landi.
Outro empecilho é que, segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), um débito da prefeitura com o governo federal, de outubro de 2010, impede que sejam aplicados recursos federais no patrimônio histórico. Por isso, 50 projetos não receberam verba.

Tarso Sarraf/Folhapress
INFILTRAÇÕES
Os dois bairros do centro histórico de Belém, Campina e Cidade Velha, são tombados pelo Iphan.
Neles, há algumas construções que foram revitalizadas e viraram pontos turísticos.
Seguindo pelas ruas estreitas do centro, no entanto, o aspecto é de degradação.
Uma das piores situações é a da capela da Ordem Terceira de São Francisco, cujas paredes úmidas são resultado de infiltrações. Só abre aos domingos.
A capela é do século 18, e pesquisadores afirmam que seu retábulo (construção que fica no altar) é de autoria do arquiteto Antônio Landi, considerado o mais importante de Belém no período.
Outro imóvel atribuído a Landi, a capela Pombo, antiga construção particular em uma área comercial do centro, está abandonada e deverá ser restaurada pela UFPA.

OUTRO LADO
A Fumbel (Fundação Cultural de Belém), ligada à prefeitura, diz que o centro histórico é de difícil conservação devido à sua extensão.
Há 7.000 imóveis no local. Outras capitais, como São Luís e Salvador, têm, respectivamente, cerca de 5.600 e 3.000 imóveis em seus centros históricos.
A Fumbel diz que incentiva a conservação de imóveis particulares da região tombada dando isenção de IPTU.
O Iphan informa ter feito algumas restaurações, mas diz que, sem parceria com a prefeitura, não tem pessoal suficiente para cuidar de um grande número de projetos."
(Texto: Aguirre Talento - Folha de São Paulo)

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